segunda-feira, 31 de março de 2014

Caso discutido em 31/03

ID: JAT, 58 anos, masculino
HD: Esteatose hepática não alcoólica
TC abdome superior: fígado hipoatenuado difusamente. Sem outros achados.

Esteatose Hepática

A esteatose é uma doença metabólica que compromete difusamente o parênquima hepático e se caracteriza pelo acúmulo de gordura nos hepatócitos. Dentre as causas, destacam-se: alcoolismo crônico, obesidade, DM tipo II e hiperlipidemia (as 3 ultimas relacionadas à esteatose não alcoólica). Existem ainda fatores nutricionais, metabólicos, genéticos, drogas e infecções que podem causar esteatose hepática.
A esteatose hepática (EH) vem sendo considerada uma afecção clinicamente significativa em razão do aumento do risco de progressão para alterações necroinflamatórias, Estudos indicam que a sua prevalência na população em geral pode chegar a 24%. Quando a EHNA é diagnosticada precocemente, o seu tratamento pode evitar a progressão para um estágio final e irreversível de cirrose hepática.
A biópsia hepática percutânea tem sido o padrão de referência para o diagnóstico e graduação da EH, mas trata-se de um método invasivo e com possíveis complicações.
Por outro lado, métodos por imagem como a ultrassonografia (US), a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) têm sido extensivamente utilizados, não somente para a avaliação abrangente de doenças abdominais, mas especificamente no diagnóstico da EH.
 A US mesmo sendo amplamente disponível e sem contraindicações, utiliza critérios subjetivos e pouco reprodutíveis, que não permitem uma quantificação confiável da esteatose. A RM vem sendo considerada o método não invasivo mais eficaz para o diagnóstico da EH, todavia, é um procedimento caro e ainda pouco acessível no nosso meio.

A TC, por sua vez, tem sido o meio diagnóstico mais largamente utilizado para a avaliação das doenças abdominais e uma importante ferramenta no diagnóstico da EH. A sensibilidade e especificidade da TC para diagnostico da esteatose hepática de 30% ou superior são  elevadas. Na TC é utilizado principalmente a fase de contrastação portal e permite a quantificação da esteatose hepática desde que abaixo (graus 0 e 1) ou acima de 33% (graus 2 ou 3), mas não é adequada para a discriminação de cada grau isoladamente.




Fontes:
1. Monjardim RF, Costa DMC, Romano RFT, Salvadori PS, Santos JVC, Von Atzingen AC, Shigueoka DC, D’Ippolito G. Diagnóstico da esteatose hepática pela tomografia computadorizada de abdome com meio de contraste intravenoso. Radiol Bras. 2013 Mai/Jun;46(3): 134–138.

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