quarta-feira, 19 de março de 2014

Caso discutido em 19/03 - Rx Contrastado


ID: DHC, 26 anos,
HD: Bexiga neurogênica
HPMA: paciente com quadros de pielonefrite de repetição desde a adolescência, resultando na perda de função renal esquerda.
Uretrocistografia miccional:bexiga trabeculada e espessada, sugestiva de bexiga neurogênica; refluxo ureteral à esquerda, com enchimento apenas em porção distal, sem dilatação de vias urinárias.

Bexiga Neurogênica

Bexiga neurogênica (BN) é um termo que descreve disfunções vésico-esfincterianas que acometem portadores de doenças do sistema nervoso central ou periférico.  Portadores de BN podem ter alterações do padrão miccional normal nas fases de enchimento vesical/ reservatório e na de esvaziamento vesical.
O termo BN engloba desde alterações mínimas, como alteração da sensibilidade vesical, até situações complexas, como dessinergia vésico-esfincteriana com comprometimento do trato urinário superior. Em pacientes pediátricos, a disfunção decorre de patologia neurológica congênita (mielomeningoceles, agenesia sacral, paralisia cerebral etc.), e nos adultos por causa adquirida (trauma raquimedular, Parkinson, esclerose múltipla, diabetes etc.)
Principais complicações: infecções do trato urinário (ITU), retenção urinária e deterioração do trato urinário inferior e superior.
Diagnóstico:
– avaliação clínica detalhada é a principal parte da investigação (sintomas miccionais, estado geral de saúde, sua saúde mental, história prévia de tratamentos urológicos e o impacto dos sintomas urinários sobre a qualidade de vida).  
– avaliação urológica deve incluir exames laboratoriais para pesquisa de ITU, hematúria e função renal, incluindo urina I, cultura e urocultura.

– avaliação radiológica deve ser individualizada podendo incluir uma simples ultra-sonografia de vias urinárias ou requerer uretrocistografia miccional/retrógrada (UCM/R), urografia intravenosa (UIV), estudos radioisotópicos ou tomografia computadorizada. Pacientes com bexiga neurogênica estão mais propensos a desenvolver diversas complicações do trato urinário como estenose uretral, refluxo vesicoureteral, litíase e deterioração do trato urinário. Como regra, pacientes com lesões neurológicas graves devem sempre realizar ultra-sonografia do aparelho urinário e uretrocistografia ao menos na investigação inicial.

Ultra-sonografia do trato urinário superior demonstrando uretero-hidronefrose em paciente com bexiga neurogênica de má complacência.


Uretrocistografia de paciente com bexiga neurogênica com divertículos e refluxo vesicoureteral bilateral.

Fontes:
1. Rocha, Flávio E T; Gomes, Cristiano M G. Urologia Fundamental - Cap. 27: Bexiga Neurogênica.
2. http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2022/bexiga_neurogenica.htm (acessado em 19/03/2014)

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