ID: CIS, 44a, ♀
HD: Endometriose
Exame físico: nódulo palpável ao toque, em fundo
de saco.
RM pelve:
- nódulo espiculado de 3 cm de
aspecto retrátil, na parede posterior do fórnice vaginal, ligamento sacouterino
e aderido em parede antero-lateral do reto, a 9 cm da borda anal – compatível com
foco de endometriose.
- Espessamento de parede
posterior de vagina.
Endometriose
A endometriose é caracterizada
pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora do útero. É afecção estrógeno-dependente
e acomete normalmente mulheres na 3ª e 4ª década de vida.
Os
implantes de tecido endometrial sofrem alterações cíclicas menstruais com
sangramentos periódicos. A hemorragia dentro desses implantes induz reação
inflamatória pélvica e consequente formação de aderências.
Acomete com maior frequência os
ligamentos uterosacros, ovários, escavação reto-uterina e vesico-uterina.
Acomete sítios extravaginais em até 10% dos casos. Pode ser superficial ou
profunda (infiltração >5mm no peritônio ou acomete órgão e ligamento)
Os
sintomas podem ser variados e incluem dor pélvica, dismenorréia, dispareunia,
sintomas urinários e infertilidade
O
diagnóstico é clínico e pode ser auxiliado por marcadores (como o CA 125) ou
exames de imagem (US). O diagnostico de certeza é feito pela vídeolaparoscopia.
No entanto, por vezes, os nódulos profundos não são visíveis à laparoscopia e a
RM ou a ecocolonoscopia podem ser úteis.
Quando
há suspeita de endometriose profunda, presença de nódulo em fórnice posterior
da vagina ou mobilização dolorosa do colo, exames de imagem devem ser
solicitados.
A
RM pode avaliar áreas inacessíveis ao laparoscópio, podendo identificar e
avaliar a extensão de lesões subperitoneais e de permeio a aderências. Na
avaliação da endometriose profunda, a RM apresenta acurácia, sensibilidade e
especificidade acima de 90%.
Os achados de imagem na RM em
pacientes com endometriose pélvica profunda dependem do tipo da lesão: pequenos
implantes infiltrativos, lesões sólidas profundas e endometriose visceral
envolvendo as paredes retal e vesical. A demonstração pela RM da endometriose
na forma de pequenos implantes infiltrativos pode ser limitada.
O
padrão–ouro para o tratamento da endometriose é a ressecção completa das
lesões. Assim, a avaliação pré–operatória por exames de imagem permitem uma
melhor programação terapêutica.
Fontes:
1. COUTINHO JUNIOR, Antonio Carlos et al. Magnetic resonance imaging in deep pelvic endometriosis: iconographic essay.Radiol Bras [online]. 2008, vol.41, n.2, pp. 129-134. ISSN 0100-3984.
2. PRADO, F. C.; RAMOS, J.; RIBEIRO DO VALLE, J. Atualização terapêutica:manual prático de diagnóstico e tratamento.São Paulo: Artes Médicas, 1996
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