ID: RUT, 59anos, masculino
HD: TVP
HPMA: dor e edema de MIE há 10 dias
AP: TVP prévia há 5 anos
US: segmento não compressível em região inguinal de v femoral E.
Trombose Venosa Profunda
A trombose venosa profunda é
uma doença onde ocorre formação de coágulos (trombos) em veias profundas,
levando a uma obstrução total ou parcial da veia afetada, principalmente dos
MMII. O diagnóstico clínico é pouco
confiável, necessitando exames complementares para sua confirmação, pois 50% ou
mais dos casos confirmados não apresentam sinais clínicos.
Importante para o diagnóstico,
são os fatores de risco, que associados aos sinais e sintomas podem facilitar o
diagnóstico de TVP. São eles: operações
ortopédicas; abdominal e outras; anestesia; trauma; neoplasia; quimioterapia; insuficiência
cardíaca; idade; imobilização; gravidez e puerpério; anticoncepcionais e
terapia de reposição; TVP prévio; trombofilia.
Os sinais e sintomas podem estar presentes precocemente, em algumas
horas ou em dias ou mais tarde, após semanas. O sintoma mais freqüente é a dor
causada pela própria distensão da veia, pelo processo inflamatório vascular e
perivascular e pelo edema muscular. Outra queixa é o aparecimento de edema. É
mais evidente na deambulação devido ao aumento da pressão hidrostática. Outros:
febre, taquicardia, mal-estar.
Existem escores com base na clínica para avaliar probabilidade de TVP,
úteis para triagem dos exames complementares solicitados.
Para confirmação do
diagnóstico, além dos fatores de risco, dados de história e
do exame físico são necessários alguns métodos auxiliares:
1. Eco-color Doppler:
possibilita a avaliação tanto da situação anatômica quanto a funcional do sistema venoso. O transdutor é colocado longitudinal
para localizar a veia e transversalmente para realizar compressão que deve
ocluir o calibre venoso; a detecção de segmento
venoso não compressível é considerado sinal direto de trombose venosa. A idade
do trombo é definida através de sua ecogenicidade. Se recente é anecóico,
homogêneo como o sangue fluído, enquanto que o antigo tem caráter hipoecóico,
heterogêneo. Duplex e Doppler colorido são usados para confirmar a perviedade
venosa em áreas nas quais a compressão é difícil como no canal dos adutores,
ligamento inguinal, veias pélvicas e veia cava inferior.
2. Ultra-som em tempo real:
tem como critério principal e mais simples a não compressibilidade venosa. Mas
também a ausência de aumento do diâmetro da veia femoral comum com a manobra de
Valsalva que deve ser superior a 50% de seu diâmetro normal, a distensão venosa
e a presença de sinais ecóicos dentro da luz do vaso facilitam o diagnóstico. Para trombose de veias poplíteas e femoral tem
sensibilidade de 86 - 100% e especificidade de 86 - 100% quando comparadas com
a flebografia. Nas tromboses das veias da perna é menos preciso.
3. Pletismografia: tem por
objetivo detectar alterações de volume dos membros relacionadas com a
capacidade de enchimento e esvaziamento do sistema venoso; resultado normal
praticamente exclui o diagnóstico de TVP em veia proximal, mas não exclui
trombose de veia da perna (não invasivo-cuff insuflado e desinsuflado, alteração da impedância nos próximos 3
segundos e mensuração de obstrução)
4. TC: Sua maior indicação é
na visibilização de trombose de veia cava e de veias ilíacas
5. Ressonância magnética: este
exame tem a vantagem de verificar a exata extensão proximal do trombo e a
diferenciação entre quadro agudo e crônico.
6. D-dimero: alta
sensibilidade mas baixa especificidade, está alterado em CIVD, TVP, EP,
malignidade, pós-operatório, trauma e pré-eclâmpsia.
7. Flebografia com contraste:
padrão ouro
Diagnósticos diferenciais: celulite;
roturas musculares; cisto de Baker; miosite; linfedema; edema induzido por
drogas.
Fontes:
1. Seidel, Amélia Cristina; Baptista-Silva, José Carlos; Miranda Júnior, Fausto. Diagnóstico clínico e exames subsidiários da trobose venosa profunda. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd;1(3):74-82, jul.-ago. 2003. tab.
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