domingo, 6 de abril de 2014

Caso atendido em 04/04 - USG geral

ID: RUT, 59anos, masculino
HD: TVP
HPMA: dor e edema de MIE há 10 dias
AP: TVP prévia há 5 anos
US: segmento não compressível em região inguinal de v femoral E. 

Trombose Venosa Profunda

A trombose venosa profunda é uma doença onde ocorre formação de coágulos (trombos) em veias profundas, levando a uma obstrução total ou parcial da veia afetada, principalmente dos MMII. O diagnóstico clínico é pouco confiável, necessitando exames complementares para sua confirmação, pois 50% ou mais dos casos confirmados não apresentam sinais clínicos.
Importante para o diagnóstico, são os fatores de risco, que associados aos sinais e sintomas podem facilitar o diagnóstico de TVP. São eles: operações ortopédicas; abdominal e outras; anestesia; trauma; neoplasia; quimioterapia; insuficiência cardíaca; idade; imobilização; gravidez e puerpério; anticoncepcionais e terapia de reposição; TVP prévio; trombofilia.
Os sinais e sintomas podem estar presentes precocemente, em algumas horas ou em dias ou mais tarde, após semanas. O sintoma mais freqüente é a dor causada pela própria distensão da veia, pelo processo inflamatório vascular e perivascular e pelo edema muscular. Outra queixa é o aparecimento de edema. É mais evidente na deambulação devido ao aumento da pressão hidrostática. Outros: febre, taquicardia, mal-estar.
Existem escores com base na clínica para avaliar probabilidade de TVP, úteis para triagem dos exames complementares solicitados.
Para confirmação do diagnóstico, além dos fatores de risco, dados de história e
do exame físico são necessários alguns métodos auxiliares:
1. Eco-color Doppler: possibilita a avaliação tanto da situação anatômica quanto a funcional do sistema venoso. O transdutor é colocado longitudinal para localizar a veia e transversalmente para realizar compressão que deve ocluir o calibre venoso;  a detecção de segmento venoso não compressível é considerado sinal direto de trombose venosa. A idade do trombo é definida através de sua ecogenicidade. Se recente é anecóico, homogêneo como o sangue fluído, enquanto que o antigo tem caráter hipoecóico, heterogêneo. Duplex e Doppler colorido são usados para confirmar a perviedade venosa em áreas nas quais a compressão é difícil como no canal dos adutores, ligamento inguinal, veias pélvicas e veia cava inferior.
2. Ultra-som em tempo real: tem como critério principal e mais simples a não compressibilidade venosa. Mas também a ausência de aumento do diâmetro da veia femoral comum com a manobra de Valsalva que deve ser superior a 50% de seu diâmetro normal, a distensão venosa e a presença de sinais ecóicos dentro da luz do vaso facilitam o diagnóstico. Para trombose de veias poplíteas e femoral tem sensibilidade de 86 - 100% e especificidade de 86 - 100% quando comparadas com a flebografia. Nas tromboses das veias da perna é menos preciso.
3. Pletismografia: tem por objetivo detectar alterações de volume dos membros relacionadas com a capacidade de enchimento e esvaziamento do sistema venoso; resultado normal praticamente exclui o diagnóstico de TVP em veia proximal, mas não exclui trombose de veia da perna (não invasivo-cuff insuflado e desinsuflado,  alteração da impedância nos próximos 3 segundos e mensuração de obstrução)
4. TC: Sua maior indicação é na visibilização de trombose de veia cava e de veias ilíacas
5. Ressonância magnética: este exame tem a vantagem de verificar a exata extensão proximal do trombo e a diferenciação entre quadro agudo e crônico.
6. D-dimero: alta sensibilidade mas baixa especificidade, está alterado em CIVD, TVP, EP, malignidade, pós-operatório, trauma e pré-eclâmpsia.
7. Flebografia com contraste: padrão ouro

Diagnósticos diferenciais: celulite; roturas musculares; cisto de Baker; miosite; linfedema; edema induzido por drogas.

Fontes:
1. Seidel, Amélia Cristina; Baptista-Silva, José Carlos; Miranda Júnior, Fausto. Diagnóstico clínico e exames subsidiários da trobose venosa profunda. Rev. Soc. Bras. Clín. Méd;1(3):74-82, jul.-ago. 2003. tab.


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